Protesto dos mototaxistas em Salvador pela regulamenta??o da profiss?oJos? Luiz TeixeiraDe S?o Paulo
A Rede Globo tem apresentado uma s?rie de reportagens sobre a qualidade do ar em S?o Paulo. A princ?pio, o enfoque das mat?rias me deixou com a impress?o de que a principal medida a ser adotada pelas autoridades para minimizar o problema seria limitar o uso do autom?vel.
Eu j? estava ficando com uma culpa do tamanho de um bonde, preparando-me para comprar meu primeiro bilhete ?nico, quando prestei mais aten??o no notici?rio e descobri que os principais vil?es da polui??o nas metr?poles s?o outros.
O carro particular, obviamente, tem papel importante nesse processo; mas, utilizando ?lcool como combust?vel e dotado dos modernos catalisadores, seus malef?cios aos nossos pulm?es s?o bem menores do que os dos ?nibus e - pasmem! - das motocicletas.
Os ?nibus s?o a maioria da frota de diesel, em S?o Paulo, que produz sozinha mais de 30 por cento do material particulado da polui??o, resultado de um combust?vel (distribu?do pela nossa "patriota" Petrobr?s) 16 vezes mais sujo do que o usado na Europa, por exemplo.
Isso eu j? sabia. O que me surpreendeu foi ouvir, outro dia, do secret?rio do Meio Ambiente de S?o Paulo, Eduardo Jorge, que uma motocicleta polui o equivalente a sete autom?veis.
H? quase um milh?o de motos rodando nas ruas da capital paulista, o que significa cerca de 20 por cento de toda a nossa frota de ve?culos. Parece incr?vel, mas se ainda me lembro bem das quatro opera??es b?sicas da Aritm?tica, proibir sua circula??o representaria o mesmo que tirar todos os carros das ruas paulistanas.
? de se repensar, portanto, as campanhas para melhorar o oxig?nio das grandes capitais, focando as aten??es, prioritariamente, no diesel do transporte p?blico e nesses barulhentos e sujismundos ve?culos sobre duas rodas.
Obviamente, retirar estes ?ltimos de circula??o provocaria a Revolta dos Capacetes, capaz de derrubar qualquer governo. Poder?amos, por?m, restringir seu uso nos servi?os de entrega.
Calma, leitores, voc?s n?o v?o ficar sem a pizza, a comida japonesa, aquele documento importante, nem o rem?dio da telefarm?cia, pois os motoboys transportariam suas encomendas de bicicletas el?tricas. Por que n?o?
De vez em quando, vejo passar uma dessas bikes pelo meu bairro. No plano, o ciclista pedala numa boa; na ladeira, aciona o motorzinho el?trico e sobe tranquilamente. Tudo isso sem barulho, sem fuma?a, sem estresse e sem retrovisores quebrados. De quebra, o condutor ainda faz exerc?cio f?sico.
Ali?s, estou at? pensando em comprar uma magrela desse tipo. S? assim teria f?lego para explorar as novas ciclovias da cidade.
Jos? Luiz Teixeira ? jornalista. Formado pela Faculdade C?sper L?bero, trabalhou em diversos ?rg?os de imprensa, entre os quais as r?dios Gazeta, Tupi e BBC de Londres, e os jornais O Globo, Folha de S.Paulo e Folha da Tarde.Fale com Jos? Luiz Teixeira: jl.teixeira@terra.com.br
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