O senador Roberto Requi?o (PMDB-PR) adianta que, nesta ter?a-feira (31), pretende assinar a Comiss?o Parlamentar de Inqu?rito organizada pela oposi??o contra o ministro Antonio Palocci (Casa Civil). Durante reuni?o das lideran?as peemedebistas, o vice-presidente Michel Temer pediu ao partido que esperasse o parecer do Minist?rio P?blico sobre o r?pido enriquecimento de Palocci, para, da? ent?o, se manifestar em rela??o ? CPI.
O PMDB est? desgostoso com a condu??o da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a vota??o do C?digo Florestal. A batalha travada entre a legenda e o PT no Congresso sobre o tema fragilizou a rela??o entre os dois aliados. Se antes alguns peemedebistas saiam em defesa do ministro da Casa Civil, ap?s o posicionamento do PT e da presidente em rela??o ao texto aprovado na C?mara, eles retrocederam da decis?o de apoiar de Palocci. Alguns j? cogitam assinar o requerimento.
A oposi??o no Congresso busca obter o n?mero m?nimo necess?rio de assinaturas para a abertura de uma CPI Mista. O requerimento precisa ter a aceita??o de 171 deputados mais 27 senadores. At? agora, foram coletadas 19 assinaturas no Senado e aproximadamente 100 na C?mara.
Para Terra Magazine, Requi?o explica o que lhe motiva a n?o seguir o combinado pelo seu partido e assinar a CPI contra Palocci:
- No Paran?, todos querem que eu assine, minha base inclusive, composta por PMDB e PT (...) O Banco Ita? comprou o Banestado e fez o melhor neg?cio do mundo no Paran?, na ?poca em que Jaime Lerner (DEM) era o governador. Foi ?timo pro Ita? e evidentemente p?ssimo para o Estado. (...) Sabe quem era o assessor do Banco Ita?? Palocci, ? ?poca ex-ministro da Fazenda.
Confira:
Terra Magazine - Como foi a reuni?o?
Roberto Requi?o - A conversa palocciana foi marginal. Foi depois da reuni?o, depois do jantar. O senador Luiz Henrique (SC), por uma ideia dele mesmo, e Eduardo Braga, v?o providenciar um projeto em que o governo federal estaria desobrigando os estados ao pagamento de 20% ou 15% da d?vida. Esse dinheiro seria um investimento obrigat?rio em Sa?de ou Educa??o, de acordo com a escolha do Estado. Seria um PAC (Programa de Acelera??o do Crescimento), uma organiza??o de recursos que iriam para a Uni?o, com a finalidade de pagar as d?vidas, mas que ficar? nos estados para um programa de desenvolvimento de um desses dois setores. Ser? uma proposta do PMDB.
Como o partido e o senhor pretendem se posicionar diante do "caso Palocci"?
Vou assinar hoje a CPI. Conversei com os meus amigos do Paran? e todos querem que eu assine, minha base inclusive, composta por PMDB e PT.
E os demais?
O restante vai esperar a manifesta??o do Minist?rio P?blico. Se n?o estivesse tudo nublado, a CPI seria o natural, por ser um instrumento corriqueiro do Senado Federal. A CPI deveria ocorrer todos os dias, ela seria absorvida por entropia do sistema e deixaria de ser esse espet?culo. Se o MP e as autoridades compet?ncias tivessem tomado as provid?ncias claras, e se Palocci tivesse aberto a caixa, n?o ter?amos uma situa??o destas propor??es.
Por qual raz?o o senhor vai assinar?
O Banco Ita? comprou o Banestado e fez o melhor neg?cio do mundo no Paran?, na ?poca em que Jaime Lerner (DEM) era o governador. Foi ?timo pro Ita?, e evidentemente p?ssimo para o Estado. Quando assumi, briguei para n?o pagar o que eles queriam. A Secretaria do Tesouro come?ou, indevidamente, a dizer que o Paran? estava em d?vida e a cortar todas as transfer?ncias federais, como se fosse um cart?rio de protesto da banca privada. Sabe quem era o assessor do Banco Ita?? Palocci, ? ?poca ex-ministro da Fazenda.
Por conta de uma quest?o estadual...
N?o existe a possibilidade do ex-ministro da Fazenda prestar consultoria a empresa privada. Ele deve explica??es ? sociedade, assim como deu ? Procuradoria Geral da Rep?blica (PGR). Mas n?o ? a primeira vez que isso acontece. Lembra que Fernando Henrique Cardoso (FHC) tinha uma fazenda comprada com restos de campanha?