Entrevista com Robert Shearman, escritor da s�rie Doutor Who


Roberto de Sousa Causo
De S?o Paulo

O escritor ingl?s Robert Shearman est? no Brasil a convite da Cultura Inglesa, para participar do 15? Cultura Inglesa Festival. Ele vai falar neste s?bado (28) na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, Teatro Eva Herz (Av. Paulista, 2073, perto da Esta??o Consola??o do Metr?), ?s 17h30. Tamb?m vai falar no evento carioca Space Blooks 2011: A Fic??o Cient?fica em ?rbita do Rio - na Blooks Livraria - Praia de Botafogo 316, Botafogo (Unibanco Arteplex), dia 31, ?s 19h00.

Shearman ? um dos escritores da s?rie inglesa Doctor Who, produzida pela BBC e criada em 1963. Teve 26 temporadas entre 1963 e 1989, e outras seis no revival que a BBC produziu a partir de 2005. A s?rie trata das aventuras de um certo "Doutor" que viaja no tempo com uma m?quina disfar?ada de cabine telef?nica, enfrentando diferentes inimigos - em especial os Daleks, mutantes do planeta Skaro, que usam uma armadura em forma de tanque, imagem que se tornou ic?nica da s?rie. No Brasil, Doctor Who ? exibida no canal a cabo Sci-Fi do Brasil (http://scifibr.wordpress.com/tag/doctor-who).

Os livros de Shearman s?o Tiny Deaths (2007), Love Songs for the Shy and Cynical (2009) e Everyone's Just So So Special (2011). Ele estar? autografando, neste s?bado na Livraria Cultura.

Fale de sua atividade de escritor, e como voc? acabou escrevendo para Doctor Who?
Eu passei os primeiros dez anos da minha carreira de escritor profissional trabalhando no teatro. Eu evitava totalmente a televis?o! Era mais conhecido por meu trabalho com com?dia. Mas as minhas com?dias, como as pessoas perceberam, tinha um estranho sabor de fic??o cient?fica e fantasia: casais que se comunicavam por meio de amigos imagin?rios, pessoas que ficavam em hot?is onde elas podia interagir com vers?es mais jovens delas mesmas. Na ?poca em que Doctor Who foi revivida, eu acho que todo mundo j? sabia que eu tinha sido um grande f? da s?rie, quando menino, e a BBC pensou que o meu amor e conhecimento do programa (naquela altura ela n?o tinha sido uma s?rie regular h? uns quinze anos!) poderia ser ?til.

Voc? tem oportunidade de interagir com diretores, atores e produtores da s?rie?
Russell T. Davies, o produtor executivo do programa, se liga a cada aspecto da produ??o. Sendo ele mesmo um escritor, ele se destaca por insistir que todos n?s freelancers tenhamos tanto poder sobre os nossos scripts quanto poss?vel - mas ele tamb?m coordenava esses scripts, e nos conduzia por um ano inteiro de reuni?es! O que chega ? tela ? com certeza tanto uma vis?o dele quanto minha, e um resultado muito melhor por conta disso - eu aprendi muito com ele! Na altura em que o script estiver produzido, o trabalho do escritor na maior parte j? terminou. Eu me encontrei e conversei com o diretor, e com alguns dos atores, que foram todos educados e entusiasmados - mas voc? tem que passar o bast?o e deix?-los tornar o epis?dio deles tamb?m. Mas fiquei muito orgulhoso do meu dia no set de grava??o. Consegui at? abra?ar um Dalek!

H? desafios e dificuldades pr?prios de se escrever para essa s?rie?
A maioria das s?ries de televis?o vem automaticamente com um estilo pr?prio. Voc? tem sets padronizados que deve usar, todo um grupo de atores regulares - e um tom de escrita do qual voc? n?o pode se afastar. Doctor Who ? not?vel porque nela nada disso ? verdade. Voc? tem uma liberdade extraordin?ria, lan?ando-se para o futuro distante ou para o passado, contando uma hist?ria dom?stica intimista ou alguma narrativa ?pica em que planetas lutam uns contra os outros. Em uma semana voc? pode ter uma com?dia, na outra ser? uma hist?ria de horror, ou um drama pesado. ? primeira vista essa liberdade parece maravilhosa. Voc? pode fazer de tudo! Mas ? muito dif?cil, porque sem um modelo com o qual trabalhar, como voc? sabe que a sua escrita est? funcionando? Naquela primeira s?rie do revival, eu realmente n?o tinha id?ia!

Como voc? enxerga o fato de Doctor Who ser uma s?rie Cult internacional?
? espantoso. Na Inglaterra ela ? realmente uma institui??o. Foi primeiro criada em 1963, quase cinq?enta anos atr?s - e com certeza n?o h? ningu?m no pa?s que n?o tenha ouvido falar nela, ou a assistido em algum ponto de sua vida. Entre os meus doze e quinze anos, fui um fan?tico por ela, completamente obcecado. ? uma sensa??o muito estranha escrever para uma s?rie que vai sobreviver a voc?, que sempre ser? maior do que voc? jamais ser?. Num sentido, voc? quase que se ressente disso, desse monstro enorme que te coloca na sombra. Mas por outro lado, voc? se sente privilegiado, porque mundo afora dezenas de milh?es de pessoas ter?o ouvido o seu di?logo ou visto o que voc? tinha a dizer. Escrever para Doctor Who ? como receber um pequeno presente da minha pr?pria inf?ncia.

Fale da sua carreira como ficcionista, e como escrever para a TV impactou a sua escrita liter?ria.
Eu s? me voltei para a publica??o de livros poucos anos atr?s, e sei que s? me pediram para escrev?-los por causa da aten??o que me foi dada por Doctor Who! S?o na maior parte colet?neas muito estranhas de contos - tipo uma mistura de com?dia e horror. Adoro escrev?-las, nunca me diverti tanto. E tenho tido muita sorte, j? que elas colecionam muitos pr?mios internacionais, o que sugere que outras pessoas tamb?m as apreciam! Meu novo livro vai sair em julho, chama-se Everyone's Just So So Special (Todo Mundo ? T?o, mas T?o Especial), e eu estou muito entusiasmado com ele.

Voc? vai falar em S?o Paulo e no Rio de Janeiro. Tem outras atividades no Brasil?
Vou ficar s? uma semana! Nunca estive no Brasil antes, ent?o vou ver o m?ximo das duas cidades que eu puder, mergulhar na sua cultura e atmosfera ?nicas, e me divertir!

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Escritor e cr?tico, Roberto de Sousa Causo ? autor do romance Anjo de Dor.
Fale com Roberto Causo: roberto.causo@terra.com.br Opini?es expressas aqui s?o de exclusiva responsabilidade do autor e n?o necessariamente est?o de acordo com os par?metros editoriais de Terra Magazine.Assassinado em Rondonia sobrevivente do massacre de Corumbiara http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2011/05/27/assassinado-em-rondonia-sobrevivente-do-massacre-de-corumbiara/
 

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