Luis Fernando Verissimo desenhou As Cobras durante quase trinta anos, para v?rios jornais. Em 1997, ao completar 60 anos, o escritor concluiu que "n?o ficava bem um sexagen?rio desenhando cobrinhas" e as aposentou. Em 2006, criou para o lan?amento de Terra Magazine uma s?rie de tiras in?ditas (que podem ser vistas no link abaixo), e permitiu, generosamente, que fossem garimpadas de seu acervo pessoal, algumas Cobras cl?ssicas, que Terra Magazine reedita a cada segunda-feira.
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? Galeria com mais Cobras 
? Galeria com mais Cobras
A sele??o ? dif?cil pela quantidade e deliciosa pela qualidade. Ressurgem assim personagens antol?gicos como Dudu o Alarmista, Queromeu o Corrupi?o Corrupto, as lesmas Flecha e Shirley, e s?ries como as Cobras "no Espa?o", "na Praia" e "frente ao infinito".
S?o personagens criados no in?cio dos anos 70, quando Verissimo escrevia diariamente para o jornal Folha da Manh?, de Porto Alegre. A id?ia era "um desenho r?pido, que n?o desse muito trabalho e substitu?sse o texto da minha coluna, nas edi??es de s?bado", explica o autor. "Por que cobras? Porque cobras ? f?cil de desenhar. Cobra ? s? pesco?o e n?o tem m?o."
Al?m das Cobras, o escritor tamb?m se aventurava pelo cartum, que sempre considerou "a forma mais concisa, e mais dif?cil, de humor". Em seu primeiro livro, O Popular (Editora Jos? Olympio), de 1974, as cr?nicas eram entremeadas com cartuns e quadrinhos.
Tr?s anos mais tarde, j? cult na imprensa ga?cha, As Cobras apareceram pela primeira vez em livro junto com outros desenhos (As Cobras e outros Bichos, L&PM, 1977). Na introdu??o ao livro, Verissimo afirma que j? desenhava antes de escrever, mas faz uma avalia??o bem-humorada de seus dotes art?sticos:
"Tenho um problema curioso para um desenhista. N?o sei desenhar. Isto n?o me impede de insistir com o desenho, apesar dos conselhos de amigos, das indiretas da fam?lia e de telefonemas amea?adores. Insisto, em primeiro lugar, por conveni?ncia. N?o digo que uma imagem valha mil palavras, mas umas 500 - o necess?rio para encher uma coluna de jornal - vale. Qualquer cronista di?rio daria a sua m?o direita para poder desenhar em vez de escrever, de vez em quando, se fosse canhoto."
Exagerado na auto-cr?tica, claro. As tiras das Cobras t?m a concis?o dos melhores humoristas e a linguagem certeira de um dos textos mais admirados do pa?s.
