Minas Gerais entrou na disputa para receber o prometido investimento de US$ 12 bilhões da empresa taiwanesa Honhai, proprietária da Foxconn, que anunciou a construção de uma fábrica de displays no Brasil, ainda sem local definido.
A empresa pretende empregar 100 mil funcionários, sendo 20 mil vagas para engenheiros. A unidade tornará possível a montagem do iPad, da Apple, no país, com componentes nacionais. A empresa já foi várias vezes criticada pela forma como trata seus funcionários. No ano passado foi noticiada mais de uma dezena de casos de suicídios de empregados em unidades da China. Porém, ela é uma das maiores fabricantes de componentes eletrônicos do mundo, entre os produtos mais famosos produzidos por ela estão o iPod, iPhone, iPad, da Apple; os videogames Playstation, da Sony; Wii, da Nintendo, e Xbox 360, da Microsoft. No Brasil, a Foxconn pode se beneficiar de incentivos fiscais, pois o governo prepara uma emenda à Medida Provisória (MP) 517, que deverá ser votada na Câmara logo depois da Páscoa, classificando os tablets como computadores e notebooks, de forma a que a indústria possa usufruir dos benefícios fiscais da legislação (como Lei do Bem, Lei de Informática e Zona Franca de Manaus) e o consumidor consiga pagar menos pelo produto. O tablet é considerado hoje um palm top e paga mais impostos.
O Vale da Eletrônica, no Sul de Minas, é candidato para receber o aporte. “Naturalmente é uma região que pretende sediar esse investimento”, afirma o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Nárcio Rodrigues. Além de Minas, dois estados também são concorrentes: São Paulo e Rio de Janeiro. O estado paulista é apontado como favorito, pois conta com duas unidades da Foxconn, uma em Jundiaí e outra em Indaiatuba. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a fábrica deve ser instalada em São Paulo, mais precisamente em Jundiaí, mas não há nada acertado e a decisão deve ser comunicada apenas no mês que vem. Já o Rio de Janeiro tem os bilhões do empresário Eike Batista, que desde o fim do ano passado manifesta a intenção de trazer uma fábrica da Apple para o país. Especula-se que a empresa taiwanesa deseja um sócio local, o que a aproximaria do grupo de Eike.
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